quinta-feira, 1 de agosto de 2013

GRAFITE NOS MUROS E PICHAÇÃO NA CIDADE DE JOÃO PESSOA: CONTROLE E RESISTÊNCIA DOS DIZERES SOCIAIS

quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Este trabalho objetiva analisar como ocorre a governamentalidade e o controle social dos dizeres nos espaços urbanos, através da produção e circulação de sentidos nas materialidades verbal e imagética dos grafites e das pichações na cidade de João Pessoa. Verificaremos também a relação entre o sujeito, a linguagem e a memória discursiva na materialidade do grafite, e como ocorre a interdição que perpassa o discurso da pichação, por meio da resistência ao poder governamental em relação a esta prática discursiva, já que não existe “o” poder, e sim relações de poder que se movem em as todas as esferas sociais. Observa-se que por viver em uma sociedade disciplinar, o sujeito contemporâneo tem as suas práticas e os seus dizeres selecionados, organizados, e que ele produz sentidos na cidade, da mesma maneira que é afetado pelos vários discursos produzidos por ela. Por isso, em nossa pesquisa, a cidade não será estudada como espaço físico, mas sim como espaço político-simbólico em que é possível esta produção de sentidos e também como lugar de significação dos discursos que circulam socialmente. Partindo-se da premissa de que os sujeitos sociais têm os seus dizeres controlados, utilizaremos apenas dois desses procedimentos: a interdição, que atinge os discursos, indicando a sua relação com o poder; e a vontade de verdade, que estabelece o que é aceito (ou não) em cada época (as proposições verdadeiras ou falsas). Desenvolveremos este trabalho a partir do referencial teórico da Análise do Discurso Francesa, que irá subsidiar a análise do nosso corpus, pontuando assim como esses procedimentos controladores dos dizeres atuam sobre a linguagem do sujeito social. Assim, o corpus a ser analisado é composto por fotografias de grafites e de pichações encontrados nos mais diversos bairros da capital paraibana. Os resultados preliminares apontam para uma maior evidência do grafite em relação à pichação, e que nos bairros nobres, este primeiro é apresentado como algo muito bonito e singelo, enquanto que nos bairros periféricos é sempre associado a uma crítica social.

Laura Maria da Silva Florentino (UFPB)
Bolsista PIBIC/CNPQ

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